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Um pouco de História da Capoeira...
Um pouco de História da Capoeira...

 

 

 Há muitos anos ja disse Mestre Gladson, que a discussão é interminável. Pesquisadores,  folcloristas, historiadores e africanistas ainda buscam respostas para a questão: “A Capoeira é uma invenção africana ou brasileira?”. As opiniões tendem pára o lado brasileiro, e aqui vão alguns exemplos:


A arte gramática mais usada no Brasil, do padre Jose de Anchieta, editado em 1.595, há uma citação de que os índios tupis-guaranis divertiam-se jogando Capoeira; Guilherme de Almeida, no livro músicas no Brasil, sustenta serem os índios as raízes da Capoeira; O navegador Martin Afonso de Souza observou tribos jogando Capoeira. Como se já não bastasse Capoeira é um vocábulo tupi guarani que significa mato ralo ou mato que foi cortado.


Num trabalho publicado pela Xérox do Brasil, o professor austríaco Gherhard Kubik, antropólogo e membro da associação de folclore e profundo conhecedor de assuntos africanistas diz estranhar que o brasileiro chame Capoeira de Angola, quando ali não existe nada semelhante.


Muito embora seja suficientemente esclarecido que, a Capoeira como a conhecemos hoje, é uma luta surgida no Brasil, é preciso considerá-la como parte da dinâmica constante da cultura afro-brasileira. Assim, a Capoeira surgiu de um conjunto de aspectos pré-existentes nas culturas das comunidades africanas (rituais, danças, jogos, cultura musical etc).


Ouviu-se falar de Capoeira pela primeira vez em 1624, nas invasões holandesas, quando escravos e índios, as duas vitimas da colonização, aproveitando a confusão gerada fugiram para as matas. Os negros fundaram os quilombos de palmares, cujo líder foi zumbi, guerreiro e estrategista, diz a lenda ter sido um exímio capoeirista.


Após esta época houve um período obscuro. É sabido que em 15 de dezembro de 1890 o então Ministro das Finanças Ruy Barbosa mandou incinerar, no âmbito do Ministério da Fazenda, os documentos que se referiam à escravidão, alegando que se deveria apagar da memória brasileira essa lamentável instituição.


Os historiadores atribuem tal ordem a uma estratégia que procurava evitar que os ex-proprietários de escravos buscassem junto ao governo uma compensação dos prejuízos que tiveram com a abolição da escravatura, em 1888. Provavelmente esses documentos nos trariam muitas informações sobre a vida dos escravos, suas fugas, suas formas de resistência à escravidão.


Mas sua destruição não pode ser tomada, como se faz habitualmente nos debates sobre a Capoeira, como obstáculo intransponível à reconstituição da história da resistência à escravidão. A historiografia sobre o tema tem nos mostrado isso constantemente.  Após esta época renasce no séc. XIX, transformando-se em fenômeno social que tomou conta dos centros urbanos como Rio de Janeiro, Salvador e Recife.


Naquela época, a Capoeira reunia não só ex-escravos e seus filhos, mas também figuras importantes da sociedade. Aos poucos a Capoeira foi se envolvendo com a vida política e chegou a ser amplamente utilizada como arma na luta entre as facções que se enfrentavam nos tempos do Império e nos primórdios da República, sobretudo nas cidades do Rio de Janeiro, Salvador, Recife e São Paulo. Eram  contratados para interferir em comícios, tumultuar eleições e fazer a segurança de figurões da política.


Os Capoeiras viviam em maltas, verdadeiros bandos que recebiam apelidos como guaimuns ou nagoas. As maltas tiveram participação em fatos históricos como a revolta dos mercenários (soldados estrangeiros que se rebelaram na guerra do Paraguai), nas escaramuças entre monarquistas e republicanos.


As maltas se converteram em grupos poderosos de proteção a negócios escusos e a audácia culminou com o decreto lei 487, decretado pelo marechal Deodoro da Fonseca, em 1890 que dizia que todo Capoeira pega em flagrante seria desterrado para ilha de Fernando Noronha. Com esse decreto a Capoeira acabou temporariamente sendo ensinado nas matas e fundo de quintais.